Detentos na Sociedade: Parte I
- Amanda Reis
- 15 de nov. de 2016
- 2 min de leitura
Parte I: A reintegração do ex-detento na sociedade

A prisão surgiu no início do século XIX, como uma instituição de fato. O aprisionamento não era usado até então como uma forma de punição.
Ou seja, desde o seu principio, a prisão tem como objetivo, não só a resposta a uma infração, mas também a correção do indivíduo, para que o mesmo fosse inserido novamente na sociedade.
A realidade que vemos nas prisões hoje no Brasil são bem diferentes daqueles ideais criados no século XIX. O que se vê atualmente no país são instituições penitenciárias que mais parecem escolas do crime, e que não cumprem o seu papel ressocializante.
A correção do individuo e a reintegração do mesmo na sociedade, não ocorre de forma efetiva no Brasil. Apesar de haver leis voltadas para essa temática, elas não conseguem ser aplicadas na sociedade, e por muitas vezes, o preconceito piora tudo. Muitos ex-detentos sofrem tentando se inserir no meio do qual foram tirados.
Desigualdades sociais e a má distribuição de renda, alimentam as altas taxas de criminalidade no país. Por isso o sistema prisional brasileiro está no limite. Tem capacidade para abrigar 299 mil pessoas, mas acolhe, hoje, 470 mil pessoas, de acordo com o Departamento Penitenciário Nacional. 45% delas não tem o ensino fundamental completo. Esse e muitos outros fatos agregado ao preconceito, torna a continuidade do crime uma das "opções" dos ex-detentos. Por isso a taxa de reincidência criminal no país, chega a 70%, uma das maiores do mundo.
Os governos não avançam com políticas públicas para a reinserção porque a sociedade ainda vê com preconceito essa alternativa, considerando-a um desperdício de dinheiro público. A população carcerária no Brasil é composta fundamentalmente por jovens entre 18 e 26 anos. Vale a pena deixá-los sem futuro?
A partir desta temática, irei fazer uma série de postagens voltadas a retratar a dificuldade da vida dos ex-detentos.
É possível uma pessoa que passou por um sistema prisional se reintegrar efetivamente na sociedade?
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