Funk criminalizado
- Erick Pontes
- 23 de nov. de 2016
- 1 min de leitura

Um dos comentários mais comuns da sociedade atual é sobre a forma como os funkeiros agem, se vestem, falam... Ao serem vistos, logo são associados à favela, e, consequentemente, crime e pobreza. Se a criminalização é um processo político, o funk vem sendo historicamente criminalizado por um sistema político que criminaliza os pobres.
O jeito com que os funkeiros se vestem e agem não estão em cheque. E se, ao invés de olharmos diretamente ao visual e ao jeito de cada um, não olharmos para as oportunidades obtidas pelos mesmos? O funk é democrático. Quem mais daria espaço para a Lacraia, um travesti? O Funk não exige que o cara seja bonito e tenha todos os dentes na boca.
Não que o funk seja uma das maiores maravilhas do mundo. A apologia ao crime é algo frequente nas letras, assim como o uso de conteúdo explícito e pejorativo a imagem feminina. Mas, querendo ou não, é vítima de preconceito social. Quando as pessoas vêem os clipes, logo pensam que é "coisa de pobre". Na mente dessa sociedade atrasada, há uma ligação entre o pobre favelado e o cantor de funk.
E isso não é apenas um problema musical, e sim um problema social.
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