O preconceito com o morador de favela
- blogstopreconceito
- 23 de nov. de 2016
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Pesquisa do Instituto Data Popular mostra que ainda é preconceituosa a visão dos moradores do asfalto em relação aos de favelas. A pesquisa consultou 3.050 pessoas. De acordo com o levantamento, 47% dos cidadãos do asfalto nunca contratariam, para trabalhar em sua casa, uma pessoa que morasse em favela.
A pesquisa constata a existência de preconceito relacionado à violência: 69% dos entrevistados do asfalto disseram que têm medo quando passam em frente a uma favela e 51% afirmaram que as primeiras palavras que lhes vêm à mente quando ouvem falar de favela são droga e violência. Eles têm medo de que, ao contratar um morador de favela, se tornem mais uma vítima de roubos ou assaltos, como se os moradores de favela fossem efetivamente ladrões quando, na verdade, a gente sabe que a criminalidade é a menor parte da favela. Segundo o presidente do Data Popular, a associação da favela com droga e violência é uma visão estereotipada que, muitas vezes, se alimenta de um conjunto de noticiários negativos vinculados às comunidades. Segundo ele, o retrato que os moradores do asfalto têm dos moradores de favelas mostra um aspecto cultural.
Uma boa forma de medir o preconceito que existe contra favelados no Rio ou em Salvador é falar com taxistas, perguntando a eles o que fariam se alguém lhes pedisse para que fosse a uma favela. "Eu até levo você, dependendo do lugar aonde você quer ir e da hora. Tive uma cliente que queria que eu a levasse de madrugada no alto do morro do Vidigal, e eu me recusei. Dificilmente uma pessoa vai de noite a uma favela para fazer outra coisa a não ser comprar drogas", disse um motorista de táxi no Rio, que pediu para não ser identificado.
O preconceito existe e é uma barreira que dificulta ainda mais o respeito dos direitos humanos nessas comunidades. Há violência e traficantes, mas grande parte dos que lá residem é de trabalhadores assalariados que, se pudessem, viveriam em casas melhores, em outros locais.
Por causa do preconceito, por exemplo, as pessoas que vivem em favelas quase não tem chances de conseguir empregos, por um simples fator social.
Mas como seria possível vencer o preconceito? Segundo pessoas ouvidas pela BBC Brasil nas duas cidades, a chave é que as pessoas que moram fora das favelas conheçam mais a verdade sobre o que se passa lá dentro."O desconhecimento é a raiz desse verdadeiro apartheid social", disse a promotora Márcia Regina Teixeira, que trabalha com comunidades carentes em Salvador. "Os moradores das favelas precisam se mobilizar para mudar isso. Se eles mostrarem o que são, o que querem... (a situação vai mudar)", disse.
DEFINIR O CARÁTER E O VALOR DE UMA PESSOA POR UMA QUESTÃO DE MORADIA E OPORTUNIDADES É APENAS MAIS UM DOS GRANDES ERROS DA SOCIEDADE. A POBREZA DOS "FAVELADOS" NÃO É UM PROBLEMA, E A ÚNICA CHANCE DESSE QUADRO SER REVERTIDO É TRAZENDO Á TONA A DISCUSSÃO QUE O PRECONCEITO SOCIAL MERECE!

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